Proposta de Haddad para reestruturação da contabilidade nacional prioriza a preservação ambiental

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, lançou uma proposta inovadora durante um evento realizado na última sexta-feira (17). Ele enfatizou a urgência de incorporar a preservação do meio ambiente como um elemento essencial na avaliação da produção de riquezas do país. Haddad ressaltou a omissão no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), evidenciando a falta de consideração pela destruição das riquezas naturais, alertando que estamos comprometendo nossa própria existência.

“Quando se calcula o PIB, as ‘externalidades’, como os economistas denominam, são deixadas de lado. Ao inserir esses elementos na equação, ao contabilizar o custo para o bem-estar futuro da humanidade, é impossível ignorar que estamos destruindo o alicerce de nossa própria sobrevivência”, enfatizou Haddad.

As declarações foram proferidas durante um evento na capital paulista, onde o ex-ministro, acompanhado da Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, e representantes da sociedade civil, debateram o Plano de Transição Ecológica do governo federal.

Haddad reforçou a necessidade de uma nova abordagem na contabilidade nacional, destacando a urgência de reconhecer os elementos que ameaçam não apenas nossa sobrevivência, mas a de diversas espécies. O Pacote de Transição Ecológica proposto pelo governo visa estabelecer diretrizes para os licenciamentos ambientais, visando o desenvolvimento sustentável e a proteção do meio ambiente.

O ex-ministro enfatizou a interdependência entre economia e ecologia, argumentando que a economia deve se subordinar à preservação do meio ambiente. “Precisamos compreender que devemos submeter o que chamamos de economia a propósitos maiores, que é nossa continuidade aqui”, ressaltou.

Marina Silva, por sua vez, defendeu a implementação de políticas ambientais que envolvam todos os setores do governo para enfrentar o atual modelo econômico insustentável. “É uma mudança profunda que não acontece do dia para a noite, terá seus acertos e erros”, afirmou.

Ao término do encontro, Marina e Haddad receberam uma carta assinada por 61 organizações, instando um acordo global para eliminar os combustíveis fósseis e sugerindo a criação de mecanismos de troca da dívida externa de países em desenvolvimento por ações de mitigação e adaptação à crise climática. A carta completa está disponível online para leitura.

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