Serviços crescem 0,4% em março, recuperando queda de fevereiro
Em março, o setor de serviços registrou um crescimento de 0,4%, revertendo a queda de 0,9% de fevereiro. Esse avanço coloca o setor 12,1% acima do nível observado em fevereiro de 2020, período pré-pandemia, e 1,5% abaixo do pico histórico em dezembro de 2022, conforme os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (14).
Comparando o acumulado do primeiro trimestre de 2024 com o mesmo período de 2023, o setor apresentou uma alta de 1,2%. Nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 1,4%.
Das cinco atividades investigadas, quatro mostraram expansão. O setor de informação e comunicação liderou com um crescimento de 4%, recuperando a perda de 2,5% registrada em fevereiro. Este foi o maior avanço desde janeiro de 2017, quando o crescimento foi de 8,2%. Em março de 2024, o setor também atingiu o nível mais alto da série histórica.
Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, atribui a expansão ao crescimento de serviços tecnológicos, incluindo desenvolvimento e licenciamento de software, portais, provedores de conteúdo, ferramentas de busca na internet e consultoria em TI. A receita de empresas de TV aberta também colaborou para o crescimento.
A atividade de serviços profissionais, administrativos e complementares teve um aumento de 3,8%, recuperando a queda de 2,1% de fevereiro. Segundo Lobo, a expansão foi influenciada por serviços de engenharia, administração de programas de fidelidade e cartões de desconto, além da intermediação de negócios via aplicativos, segmentos que cresceram significativamente no pós-pandemia.
Transportes (0,3%) e serviços prestados às famílias (0,6%) também cresceram em março, enquanto outros serviços permaneceram estáveis.
Turismo:
O índice de atividades turísticas subiu 0,2% em março, após dois meses de queda acumulando 1,9%. O segmento está agora 2,3% acima do nível pré-pandemia, mas ainda 5,3% abaixo do pico de fevereiro de 2014.
Comparando com fevereiro, cinco dos 12 locais pesquisados tiveram crescimento, com destaque para Bahia (9,8%), Santa Catarina (4,5%) e Paraná (2,6%). Em contrapartida, São Paulo (-1,6%), Distrito Federal (-6,2%) e Rio de Janeiro (-0,8%) registraram queda. No primeiro trimestre de 2024, as atividades turísticas cresceram 0,4% em relação ao mesmo período de 2023.
O volume de serviços de transporte de passageiros caiu 1,8% em março, estando 5,6% abaixo do nível pré-pandemia e 27,7% abaixo do pico de fevereiro de 2014. No acumulado do primeiro trimestre, a queda foi de 7%.
O transporte de cargas diminuiu 0,2% em março, após recuo de 1,6% em fevereiro. O volume de serviços ficou 7,1% abaixo do pico de julho de 2023 e 33,5% acima do nível pré-pandemia. No primeiro trimestre, houve um aumento de 0,3%.
Desempenho Regional:
Em março, 13 das 27 Unidades da Federação apresentaram aumento no volume de serviços. São Paulo (1,1%), Rio de Janeiro (1,1%), Minas Gerais (1,2%) e Espírito Santo (5,1%) foram os destaques positivos. Já Rio Grande do Sul (-3,6%), Mato Grosso (-7,6%), Distrito Federal (-4%) e Mato Grosso do Sul (-9,7%) registraram quedas.
Primeiro Trimestre:
No primeiro trimestre de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, quatro das cinco atividades registraram crescimento, com destaque para informação e comunicação (5,5%), serviços profissionais, administrativos e complementares (2,9%), serviços prestados às famílias (5,5%) e outros serviços (1,5%). Apenas transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tiveram queda de 3,5%.
Ainda no período, 19 das 27 UFs registraram crescimento na receita real de serviços em março, com destaque para Rio de Janeiro (4%), Minas Gerais (4,4%), Paraná (4,6%), Santa Catarina (5,5%) e Distrito Federal (9%). As principais quedas foram em São Paulo (-0,3%), Mato Grosso (-5,6%), Mato Grosso do Sul (-3,8%), Rio Grande do Sul (-0,8%) e Goiás (-1,9%).
Pesquisa:
Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor, investigando a receita bruta de serviços em empresas formalmente constituídas com 20 ou mais funcionários, excluindo as áreas de saúde e educação. Esta é a 15ª divulgação da nova série da pesquisa, que passou por atualizações na seleção da amostra de empresas e em sua metodologia para refletir mudanças econômicas na sociedade.