Jornal Opinião Goiás – Brasil cita necessidade de ações efetivas para garantir segurança alimentar e energética global
Em reunião plenária do FMI, Paulo Guedes disse que o país foi rápido ao combater a crise e já retomou o crescimento
A insegurança alimentar e energética é o principal problema mundial da atualidade e, diante desse cenário, as lideranças dos mais diversos países e organizações precisam assumir suas responsabilidades na elaboração de soluções para esses desafios. A mensagem foi dada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes ao discursar na reunião plenária de encerramento do evento anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, Estados Unidos. “Enfrentamos tempos difíceis pela frente, mas podemos gerenciá-los. É em tempos turbulentos que a verdadeira liderança aparece. Devemos estar à altura da ocasião”, afirmou.
“É hora de as instituições multilaterais internacionais mostrarem para que existem. Devemos fornecer liderança. Bancos centrais devem combater a inflação”, disse. Ele ressaltou que o Brasil cumpriu seu dever, ao agir rapidamente no combate aos impactos da pandemia da Covid-19 e acentuados pela guerra na Ucrânia, realizando ajustes monetários e fiscais necessários nos momentos adequados, sem postergar decisões.
Guedes apresentou dados que comprovam a estratégia brasileira para uma recuperação sustentada da economia. “A inflação brasileira caiu de 12,5% para 5,5%. E vocês estão revisando nossas expectativas de crescimento. No início do ano, o FMI e muitos players falaram sobre a recessão no Brasil. E, em seguida, 1%, para cima. Alta de 2,8% é a última estimativa do FMI. E sabemos que vamos crescer 3%, porque estamos fazendo o que tem de ser feito”, afirmou o ministro. “Cada um de nós tem um papel. Devemos agir juntos, mas cada um na sua função”, completou.
A Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Banco Mundial (Bird) ocupam posições ímpares na elaboração das estratégias para a recuperação da economia mundial, apontou. Entre os desafios citados pelo ministro estão o fortalecimento de mercados livres – especialmente para alimentos, fertilizantes e grãos –, construção de soluções para a infraestrutura e elaboração de políticas para a solidificação de um futuro sustentável, verde e digital. “Devemos reforçar o papel da OMC e de seu comitê de resolução de problemas”, enfatizou.
“O FMI deve ser reforçado porque há um grande problema pela frente”, declarou Guedes, em referência ao processo de aperto monetário e fiscal global. “O Banco Mundial fornece ajuda agora aos mais vulneráveis”, completou, a falar sobre segurança alimentar.
Ao final do dia, Guedes, concedeu entrevista coletiva à imprensa. “A paz é a mais efetiva medida para assegurar a segurança alimentar e energética”, disse Guedes aos jornalistas. Ele reforçou a importância do fortalecimento das lideranças, principalmente nos organismos multilaterais, para ajudar o mundo a enfrentar um horizonte de crise que, segundo o ministro, deve durar mais alguns anos.