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Jornal Opinião Goiás – América Latina e Caribe devem ter pior retração econômica desde 1930

As previsões econômicas pós-pandemia não são alentadoras. Na América Latina e no Caribe, mesmo antes do surto do novo coronavírus, há sete anos, a região já mostrava um crescimento muito baixo. Com uma previsão de queda de 5,3% este ano, estima-se que será a pior retração econômica desde 1930, quando a queda foi de 5%.

De acordo com Alícia Bárcena, secretária-executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe, a Cepal, essas cifras são otimistas. Nesta quinta-feira (21) foi apresentado um relatório conjunto da Cepal com a Organização Internacional do Trabalho, em uma coletiva de imprensa virtual. O documento é intitulado “Conjuntura trabalhista na América Latina e no Caribe. O trabalho em tempos de pandemia: desafios contra a doença de coronavírus”.

Vinícius Pinheiro, diretor regional da OIT para a América Latina e o Caribe, dividiu com Alícia Bárcena a apresentação dos resultados. Segundo os especialistas, o aumento na taxa de desemprego na região deve alcançar 11,5% da população, passando dos 8,1%, em 2019, para 11,5% em 2020. Serão 37,7 milhões de desempregados, 11,5 milhões a mais do que em 2019.

A queda do Produto Interno Bruto da região, somada ao aumento do desemprego, vai gerar forte impacto na pobreza e pobreza extrema, elevando para 34,7% o número de pessoas em situação de pobreza, que serão 215 milhões em 2020, caso medidas econômicas não reduzam os danos. Alícia Bárcena ressalta que o trabalho informal afeta 54% dos trabalhadores da América Latina e do Caribe, principalmente os mais vulneráveis, como as mulheres, jovens, pessoas sem ensino formal e os que vivem em zonas rurais.

Entre os efeitos negativos da pandemia no mercado de trabalho formal, destaque para a redução de horas, redução de salários e demissões. Já no informal, a queda do emprego pelo distanciamento social, proibição de circulação e menor acesso a compensações de renda. O relatório conjunto da Cepal/OIT aponta ainda os efeitos da crise sanitária no setor de mão de obra, sobretudo turismo, comércio, manufatura, entretenimento e o impacto nas micro e pequenas empresas, que concentram 46,6% do total do emprego na região.

Como alternativa para o enfrentamento da doença, a Cepal propôs, na semana passada, a criação de uma renda básica de emergência de 143 dólares, valores de 2010, durante seis meses para as populações mais vulneráveis, estimada em34,7% da população da região.

Segundo a Cepal, o investimento necessário para garantir essa renda custaria aos governos um aporte de 3,4% do PIB. Atualmente o percentual estaria em 0,7%. As medidas tomadas pelo Brasil, como o pagamento do auxílio emergencial a trabalhadores informais, foram citadas como uma importante ação na proteção social.

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