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Jornais de Goiás – FMI avalia contração global severa menor, porém piora as perspectivas para maioria dos mercados emergentes

Goiânia – O Fundo Monetário Internacional informou na terça-feira (13/10) que as expectativas para a economia mundial eram “um pouco menos terríveis”, já que os países mais ricos e a China se recuperaram com maior velocidade do que o esperado com os bloqueios do coronavírus, mas acrescentou que a avalição é diferente para a maioria dos mercados emergentes que estão piorando.

O FMI chegou a prever uma contração global de 4,4% para 2020 em seu último encontro no World Economic Outlook, um acréscimo em relação à contração de 5,2% prevista no mês de junho, quando o ritmo de fechamento de empresas atingiu seu pico. Ainda segue sendo a pior crise econômica desde a Grande Depressão dos anos 1930, afirmou o Fundo.

A economia global retornará a um crescimento de 5,2% em 2021, informou o FMI, porém a recuperação vai ser um pouco menor do que a mencionada em junho, decorrentes às dificuldades extremas para a maioria dos mercados emergentes e desaceleração do ímpeto de reabertura à medida que o vírus continua a se propagar.

As avaliações refletem em ponderações cambiais analisadas conforme a paridade da força de compra, que crescem substancialmente a força das economias avançadas sobre a produção global.

O economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, informou que cerca de US $ 12 trilhões em apoio fiscal e flexibilização monetária sem precedentes de governos e bancos centrais colaboraram a limitar os danos, porem o emprego continua bem abaixo dos níveis iniciais da pandemia, com trabalhadores de baixa renda, jovens e mulheres os mais prejudicados.

“Os pobres estão ficando mais pobres, com quase 90 milhões de pessoas que deverão cair em privação extrema este ano”, disse Gopinath em um blog. “A ascensão dessa calamidade provavelmente será longa, irregular e altamente incerta. É essencial que o apoio à política fiscal e monetária não seja retirado prematuramente. ”

O FMI acrescentou que os Estados Unidos verão uma contração de 4,3% no PIB ainda em 2020, aparentemente menos severa do que a previsão de contração de 8% informada em junho.

Porém a recuperação dos EUA em 2021 será possivelmente um pouco menor, 3,1% – uma expectativa que não inclui nenhum fomente federal adicional além dos US $ 3 trilhões aprovada pelo Congresso em março para conter a pandemia.

A expectativa da economia da zona do euro reduzirá 8,3% em 2020, uma melhora significativa em comparação à contração de 10,2% prevista em junho, mas há divergência dentro do grupo e questionamentos. Na força das exportações, a Alemanha, vai ter uma contração de 6,0% em 2020, e já a economia da Espanha, vai depender em especial ao turismo, que cairá 12,8%. A zona do euro voltará o crescimento de 5,2% em 2021, observou o FMI.

A China, que teve conseguiu forte reabertura do mercado e recuperação mais rápida referente a pandemia, vai ser a única economia a mostrar crescimento positivo em 2020, de 1,9% – chegando próximo ao dobro da taxa prevista em junho – e conquistar crescimento de 8,2% em 2021, sua melhor taxa em quase uma década, informou o FMI.

A China conseguiu reabrir a maior parte de sua economia em abril e tem recebido uma forte demanda por exportações de suprimentos médicos e produtos de tecnologia suficientes para ajudar no trabalho remoto, destacou o FMI.

Porém os mercados emergentes, exceto a China, verão uma contração de 5,7% em 2020, pior do que os 5,0% previstos em junho. O FMI esclareceu que o vírus continua a se propagar em países populosos, como a Índia e Indonésia, e essas economias estão bem mais dependentes de mercados duramente atingidos, como o de turismo e commodities, e também de remessas e outras fontes de financiamento externo.

O FMI destacou que as ‘cicatrizes’ econômicas de perda de empregos, falências, problemas de dívidas e perda de escolaridade vão travar o crescimento global de médio prazo no decorrer de 2021 para cerca de 3,5%, com uma perda considerável na produção de até US $ 28 trilhões de 2020 a 2025 em comparação com o período pré-pandêmicos.

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# Alan Silva

Alan Silva é colunista convidado de São Paulo, especialista em economia e mercado. E-mail: [email protected].    Os artigos são de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do veículo.

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