IBC-Br aponta retração de 0,64% na atividade econômica brasileira no terceiro trimestre de 2023

No terceiro trimestre deste ano, dados recentes do Banco Central evidenciam um declínio na atividade econômica brasileira, refletido pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) que registrou uma queda de 0,64%. Esse resultado, ajustado para as variações sazonais, revela uma desaceleração em relação ao trimestre anterior, acentuando a tendência de desaceleração iniciada no segundo trimestre, quando houve uma redução de 0,85% após um crescimento notável de 4,8% no início do ano.

Comparativamente, em relação ao mesmo período do ano anterior, observou-se um aumento de 0,78% no terceiro trimestre de 2023, sem ajustes sazonais, evidenciando uma dinâmica peculiar entre os períodos analisados.

No panorama mais recente, em setembro de 2023, o IBC-Br mostrou uma diminuição de 0,06%, atingindo 146,42 pontos, com um crescimento de 0,32% em relação ao mesmo mês de 2022, sem ajustes sazonais. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador apresentou um crescimento de 2,5%.

O IBC-Br desempenha um papel crucial na avaliação da atividade econômica, influenciando diretamente as decisões do Banco Central em relação à taxa básica de juros, atualmente fixada em 12,25% ao ano. Essa medida incorpora informações de diversos setores econômicos, como indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

A taxa básica de juros, conhecida como Selic, é um instrumento primordial para alcançar as metas de inflação. Seu aumento visa conter a demanda aquecida, impactando os preços ao encarecer o crédito e fomentar a poupança. Embora taxas mais altas possam contribuir para a redução da inflação, também podem dificultar a atividade econômica e a expansão do mercado.

O comportamento dos preços levou o Banco Central a realizar o terceiro corte de juros no semestre, num ciclo que pode continuar com reduções de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Apesar do recente aumento na segunda metade do ano, esse movimento ascendente da inflação era esperado pelos especialistas.

O Copom indicou, em comunicado recente, a possibilidade de ajustes no tempo e ritmo dos cortes de juros, caso as condições econômicas se mostrem desafiadoras para essa redução.

A redução da Selic tende a baratear o crédito, incentivando a produção e o consumo, fomentando a atividade econômica e reduzindo o controle sobre a inflação. No entanto, os resultados do IBC-Br ainda refletem o impacto das políticas monetárias restritivas adotadas pelo Banco Central.

Desde março de 2021 até agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic em 12 ocasiões consecutivas, num ciclo de ajuste monetário iniciado em meio à elevação dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Posteriormente, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, entre agosto do ano passado e agosto deste ano.

Antes desse ciclo de alta, a Selic atingiu o patamar mais baixo da série histórica, chegando a 2% ao ano, como resposta à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, permanecendo nesse nível entre agosto de 2020 e março de 2021.

O IBC-Br, divulgado mensalmente, apresenta uma metodologia distinta da utilizada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), o indicador oficial da economia brasileira. Embora contribua para a formulação das estratégias de política monetária do país, o IBC-Br não é uma projeção direta do PIB.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro cresceu 0,9% no segundo trimestre de 2023 em comparação com os primeiros três meses do mesmo ano, e avançou 3,4% em relação ao segundo trimestre do ano anterior. O acumulado dos últimos 12 meses registrou um crescimento de 3,2%, com uma alta de 3,7% no primeiro semestre de 2023.

No ano de 2022, o PIB do Brasil registrou um crescimento de 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.

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