Google restringe anúncios de bets a empresas registradas no Ministério da Fazenda
A partir da próxima segunda-feira (30), o Google só aceitará anúncios de bets (plataformas de apostas virtuais) de empresas devidamente registradas no Ministério da Fazenda. A gigante de tecnologia anunciou a atualização da sua política de anúncios para jogos de azar, adequando-se às novas regulamentações do governo federal brasileiro.
Essa mudança segue a portaria do Ministério da Fazenda, que determina a suspensão, a partir de 1º de outubro, das operações de empresas de apostas que não solicitaram autorização para atuar no Brasil. Segundo a regulamentação, empresas que solicitaram a licença até o final de setembro, mas ainda não iniciaram suas atividades, terão que aguardar até janeiro de 2024 para começar a operar, desde que o pedido seja aprovado pelo governo.
Objetivo da suspensão
Conforme o Ministério da Fazenda, essa suspensão das plataformas não autorizadas é uma medida temporária que visa separar as companhias sérias daquelas que atuam de forma ilícita, especialmente após uma série de investigações policiais recentes que expuseram esquemas de lavagem de dinheiro e outras irregularidades no setor de apostas online.
Relatório do Banco Central
A atenção em torno das empresas de apostas aumentou consideravelmente após a divulgação de um relatório alarmante do Banco Central, que revelou que os beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas no mês de agosto. Esse valor corresponde a 21,25% dos R$ 14,12 bilhões desembolsados pelo governo para o programa social no mesmo mês.
Ações do governo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou medidas imediatas de todos os ministérios envolvidos na regulamentação das apostas eletrônicas. O foco principal da regulamentação do governo é a prevenção da lavagem de dinheiro e a proteção das famílias, que podem sofrer endividamento em função do crescimento das apostas online no país.
Análise crítica
Com o endurecimento das regras, o governo busca impor maior controle sobre o setor de apostas, que cresceu de forma desordenada nos últimos anos. A medida tem como objetivo proteger os consumidores e garantir que o mercado de apostas seja composto por empresas legalmente estabelecidas, evitando a exploração e possíveis fraudes. Ao mesmo tempo, há uma crescente pressão pública para que o governo atue com mais rigor no combate ao vício em jogos de azar, que vem se tornando um problema social.