Crédito bancário deve crescer 10,6% em 2024 e 9,6% em 2025, projeta Banco Central

Relatório do BC revisa previsões de crescimento para o crédito e destaca impactos de juros altos e ajustes econômicos.

Por Redação: Goiânia, 22 de dezembro de 2024 – O Banco Central (BC) prevê que o crédito bancário no Brasil terá crescimento de 10,6% em 2024 e 9,6% em 2025, conforme o Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira (19). As projeções são menores do que as previstas anteriormente, que apontavam altas de 11,1% e 10,3%, respectivamente.

Fatores para a revisão

O BC explicou que a revisão das projeções levou em conta:

  • Política monetária mais restritiva, com altas na taxa básica de juros, a Selic.
  • Reavaliação de financiamentos direcionados, como os créditos rural e habitacional, que apresentaram evolução abaixo do esperado.

“A reavaliação considerou o impacto das condições econômicas sobre o crédito direcionado, apesar das expectativas de maior crescimento econômico e aquecimento no mercado de trabalho”, informou o relatório.

Cenário do crédito direcionado e livre

No crédito direcionado, destinado a setores como habitação, infraestrutura e rural, a principal redução ocorreu no crescimento esperado para as operações com pessoas jurídicas, afetadas pelo desempenho abaixo do esperado em programas como o Crédito Solidário ao Rio Grande do Sul.

Já no crédito livre, onde os bancos têm maior autonomia para definir taxas e condições, o crescimento esperado para empresas compensou a redução projetada no segmento de pessoas físicas.

Em outubro de 2024, o estoque de crédito total no Sistema Financeiro Nacional chegou a R$ 6,3 trilhões, distribuídos em:

  • R$ 2,4 trilhões para pessoas jurídicas.
  • R$ 3,9 trilhões para famílias.

O crédito ampliado ao setor não financeiro, que inclui recursos de diferentes fontes (bancárias, títulos de mercado e dívida externa), somou R$ 17,9 trilhões no mesmo período.

Projeções para 2025 e desafios

Para 2025, o BC prevê que o impacto da política monetária restritiva será mais significativo, especialmente nas operações de crédito livre às famílias. Apesar disso, o crescimento para empresas no crédito livre foi mantido, embora em níveis inferiores ao das pessoas físicas.

Nos financiamentos direcionados, o crédito rural e as operações imobiliárias devem enfrentar condições mais restritas, afetando tanto empresas quanto famílias.

Cenário internacional e contas externas

Nas contas externas, o BC projeta um aumento do déficit em transações correntes, que deve passar de US$ 51 bilhões para US$ 54 bilhões em 2024, devido ao aumento das importações.

Apesar disso, o Investimento Direto no País (IDP), que inclui recursos aplicados no setor produtivo, deve se manter estável em US$ 70 bilhões.

Para 2025, o déficit em transações correntes deve chegar a US$ 58 bilhões, com projeções de alta no custo médio da dívida externa, devido à rolagem de empréstimos a taxas de juros mais altas.

“A perspectiva para 2025 é de continuidade nos aportes de capital estrangeiro, favorecida pela boa expectativa para as exportações e pelo ritmo da atividade econômica no país”, destacou o BC.

Análise crítica

As projeções revisadas do Banco Central refletem os desafios impostos pela política de juros elevados, que busca conter a inflação, mas reduz o acesso ao crédito e desacelera o crescimento em setores estratégicos como habitação e infraestrutura.

Ao mesmo tempo, a manutenção de níveis significativos de investimento direto no país demonstra confiança no potencial da economia brasileira, apesar das incertezas globais. Para alcançar um equilíbrio sustentável, será essencial combinar medidas de estímulo ao crédito com a consolidação fiscal e a estabilidade monetária.

Para mais informações e notícias, continue acompanhando o Jornal Opinião Goiás e siga-nos no Instagram @opiniaogoias!

Avalie o Post post

Mostre mais

Deixe um comentário

Botão Voltar ao topo