Ministro Marinho: Emprego prospera com demanda, não com desonerações
Em declarações proferidas durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (28), o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, desafiou a narrativa de que desonerações setoriais são a chave para o crescimento do emprego no país. Em contrapartida, o ministro enfatizou que o motor real da geração de empregos reside no eficiente funcionamento sistêmico da economia, impulsionado pelo aumento da demanda por produção.
A assertiva ocorreu no contexto do anúncio dos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), quando Marinho foi questionado sobre os impactos do veto presidencial ao projeto de lei destinado a prorrogar benefícios a 17 setores intensivos em mão de obra.
Para o ministro, é um “contrassenso” discutir desonerações setoriais enquanto o Congresso Nacional está imerso na execução de um plano abrangente de reforma tributária. Ele sublinhou a importância de abordar a reforma tributária de maneira a oferecer uma solução global para a economia, com uma atenção específica aos setores que possam necessitar de cuidados adicionais.
Marinho rejeitou a ideia de que salários mais baixos ou incentivos fiscais específicos para setores se traduzam automaticamente em geração de empregos. Segundo ele, a chave está na economia demandando mais produção, o que leva as empresas a contratarem mais pessoal.
Ao abordar a questão de incentivos para a contratação de jovens, o ministro alertou que tais medidas podem resultar na substituição de mão de obra, sem, no entanto, gerar empregos líquidos. Ele comparou a discussão atual com os resultados da reforma trabalhista implementada durante o governo Temer, argumentando que a precarização do trabalho foi o resultado, ao invés da prometida geração em massa de empregos.
Marinho enfatizou a necessidade de uma visão abrangente da economia, destacando que soluções pontuais não são suficientes para resolver os problemas econômicos do país.