Jornal de Goiânia – OMS pressiona para manter laços com os EUA ‘generosos’, apesar da saída de Trump
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) fez elogios na segunda-feira (01/06) a contribuição “imensa” e “generosa” dos Estados Unidos à saúde global, em um esforço para salvar as relações depois que o presidente Donald Trump afirmar que estava cortando laços com o Agência da ONU.
Acusando-o de ceder à China e ignorar uma resposta inicialmente secreta ao surto do coronavírus, Trump informou na sexta-feira que estava encerrando o relacionamento de Washington com a OMS.
Mas o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou em entrevista à imprensa on-line que espera que sua organização possa continuar sua colaboração de longa data com os Estados Unidos.
“A contribuição e a generosidade dos Estados Unidos para a saúde global ao longo de muitas décadas foram imensas e fizeram uma grande diferença na saúde pública em todo o mundo”, enfatizou ele.
A China reagiu furiosamente à decisão de Trump, chamando-a de política egoísta e petulante por um governo dos EUA “viciada” em deixar órgãos e tratados internacionais.
Tedros, disse que só estava sabendo da decisão dos EUA pela imprensa, sem comunicação formal ainda do governo de Trump. Ele se recusou a comentar a outras perguntas sobre a posição dos EUA.
RISCO NOS PROTESTOS DOS EUA
Questionada sobre os riscos potenciais à saúde causados por protestos que surgiram nos Estados Unidos por causa do racismo, outra autoridade da OMS, epidemiologista Maria Van Kerkhove, informou que o contato próximo pode aumentar o risco de disseminação do coronavírus.
Os protestos surgiram nos Estados Unidos após a morte de George Floyd, na semana passada, sob custódia policial, levando milhares às ruas e aumentando a sensação de crise, já que o país já enfrenta o pior surto de coronavírus do mundo.
Na entrevista, a cientista-chefe Soumya Swaminathan esclareceu que a OMS deveria ter informações suficientes em 24 horas para decidir se continuaria a suspender os ensaios com a hidroxicloroquina.
Trump tem sido um dos promotores do medicamento anti-malária para ajudar a combater o coronavírus, apesar das advertências médicas sobre os riscos associados.
Com muitos países facilitando os bloqueios à medida que a taxa de novos casos de Covid-19 diminui, o especialista em emergências Mike Ryan informou que era “louvável” ver as economias sendo retomadas, mas ainda era necessária uma abordagem “gradual”.