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Especial com Alcivando Lima – TURMA XXII

“Minha formatura chegou, mais uma etapa da minha vida se concretiza. E que etapa especial!”.  (Letícia Fernandes Fraga – Turma XXII do Curso de Medicina da PUC – Goiás)

As cerimônias de colação de grau exercem sobre nós uma doce fascinação, com a poesia pulsando nos gestos e olhares angelizados das famílias e dos formandos nas suas becas, capelos e pelerines, jabor e uma faixa cingindo seus vigorosos corpos. Em três de fevereiro de 2022, famílias e amigos aportaram-se no magnífico Centro de Convenções da Puc para celebrar a Colação de Grau da Turma XXII – Medicina/PUC-Go. De súbito, pares de araras Canindé saúda-os num sobrevôo soberbo com o sol já declinando no horizonte e um deslumbramento se apossa de todos e se entreolham e gravam, nas retinas e nas máquinas, aquela boniteza natural.

Graduar-se em medicina é, sobretudo, filantropia, compaixão, um ato abnegado e corajoso, significando que o diplomado, doravante, combaterá diuturnamente a morte que sempre tenta, com seus cantos fúnebres, arrebatar um paciente das mãos de uma médica, das mãos de um médico e esta médica, este médico, fincará sua afeição em seus pacientes que carregarão, para todo o sempre, o nome e a gentileza desse médico, o nome e a voz afável dessa médica que apõe sua reconfortante mão sobre a fronte do seu ou da sua paciente ou num corpinho de um bebê que, num débil mugido, responde agradecido ao suave tato sobre-humano. Tenho certeza que Deus confidencia para os seus anjos não computar o tempo daqueles que se dedicam aos estudos das ciências para salvar a vida dos recém chegados ao mundo, de gente vigorosa que, por fatalidade, foi alvo de tragédias ou daqueles que doenças e idade longevas, os escorrem para o crepúsculo da vida, ensejando o aprimoramento dessas médicas e desses médicos nos avanços científicos, tecnológicos e, sobretudo, humanos, para, numa simbiose, o tratamento alcançar a cura do corpo e fortalecer a alma de ambos.

Alguns gênios da pintura conseguiram espelhar a maravilha da ciência médica com os quadros (produzidos no século XVII) A Lição de Anatomia, onde o holandês Rembrandt retrata a dissecação feita pelo Dr Nicolaes Tulp num pálido corpo deitado e outro, também de Rembrandt, nos mostra Dr Deyman segurando a calota do crânio dum corpo com a barriga aberta e mais outro holandês, Michiel Jansz, pintou Dr Willen van der Meer.

Por outro lado, filmes e gibis nos mostravam as caras assombratícias dos mandingueiros, raizeiros e outros macumbeiros que, mesmo estando distando três léguas, se sentia a catinga de bode tresandada deles. Estes buscavam em ritos mágicos, debelar os males do corpo e da alma de alguém ou lascar-lhe a vida costurando seu nome na boca dum sapo (coitadinho) e o piseiro só seria desfeito com o desinfeliz tirando leite duma onça recém parida ou mastigar, um a um, sete ovos chocos dum urubu-rei.

Corporificada a docilidade da outorga do diploma com renomados mestres poemando a inesquecível solenidade, talentosos músicos ribombam acordes brindando a substituição da negra cor da pelerine pelo portentoso verde esmeralda da faixa, sacralizando um fecundo tempo devotado ao aprendizado de se salvar vidas, de proporcionar bem estar e equilíbrio.

Para nossa felicidade constataremos, daqui a dois, três anos, que membros da Turma XXII – Medicina – PUC tornaram-se especialíssimos em todos os ramos da medicina e essas doutoras, esses doutores, carinhosamente humanos, estão fielmente cumprindo o Juramento de Hipócrates.

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Alcivando Lima - Opinião Leitor

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