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Especial com Alcivando Lima – SUPREMA CRUELDADE

“Quantas vezes a simples visão de meios para fazer o mal / Faz com que o mal seja feito!” William Shakespeare.

— Que cara triste é essa, cara!… Seu time perdeu?

— Tô triste mesmo! Os boçais estão matando professores e alunos nas nossas escolas. Segundo a imprensa, nos últimos quatro anos tivemos cerca de doze atentados, afora dezenas de ameaças interceptadas por especialistas e pela polícia. Nesse último, um filho do belzebu matou uma menina de doze anos, três professoras e mais de uma dezena estão baleadas em hospitais e alguns, pela suprema crueldade, estão em estado grave.

— É a barbárie triunfando, cara! Esse cão chegou paramentado em roupas de guerra — adornos para sua insípida existência — carregando a insígnia nazista no uniforme.

— O facínora, por ser menor de idade, não pode ser preso, é apreendido para receber medidas sócio-educativas e vão lhe dizer, muito educadamente, (a entonação de voz, pode afetar sua formação psicossocial e daí a vaca ir pro brejo), que é feio fazer o que você fez, pode não, viu?  O coitadinho alegará bullying das meninas e professores que o achavam cara de bosta e foi doce mandar chumbo quente nas suas cabeças. Os acostumados em burilar diamante bruto lhe dirão em tom professoral: Crianças (?) devem brincar umas com as outras e não pegar um trabuco e sair matando a torto e a direita, viu? — O coitadinho, por ter cometido atos infracionais análogos a homicídio e tentativa de homicídio, receberá lições pedagógicas e esse esmerado trabalho pode durar até tres anos. Após esse período, não pode nem ter registro que matou, (por enquanto), quatro inocentes.

— Esse cabra é filho do pé-cascudo que se apossou da sua alma no momento em que foi gerado e não recebeu o beijo da vida, foi o bafio pestilento dos demônios íncubus e súcubus (coisas ruins) que recebestes, daí seu caso de amor com o ódio.

— Esse excomungado cometeu a tragédia numa escola e depois foi para outra dirigindo um carro, (deve ser do pai ou da mãe) e lá despejou mais balas nos alunos e nalgumas professoras que jamais imaginaram ser este o triste caminho sem volta do seu labor cotidiano.

— Praticado o escarcéu, o filho do cão, com seu olhar estúpido, pensou e falou consigo mesmo: Carregar e descarregar armas, recarregar, mirar atentamente, atirar, correr pra lá e pra cá, gasta muita energia e dá uma fome desgraçada. Vou pra casa almoçar com minha família e tirar uma soneca que ninguém é de ferro. Ufa!

— Esse tinhoso, filho do bode-preto, disse que não sabe o que significa insígnia nazista, mas arromba cadeado, transa com macho e com fêmea, tem hálito de tábua de chiqueiro e cérebro satânico. É mau filho, mau neto, mau amigo e mau colega de escola, porém, sabe atirar com precisão. Onde, como e com quem aprendeu tudo isso?

— Um ser maldito evolui e torna-se um aterrorizante pedófilo e estuprador de idosas e continuará mentindo e rementindo com desfaçatez diabólica.

— Fico cá antevendo quão acentuada é a dor e a saudade que a menininha e as professoras, covardemente trucidadas causam nas suas famílias a cada crepúsculo, a cada amanhecer despontando vagaroso e tristemente

— Fico cá visualizando o matador que está a mirar um lugar qualquer com uns olhos vazios de qualquer expressão, numa clara demonstração de que está com muita raiva por não ter levado uma metralhadora, uma bazuca e mais dezenas de granadas para explodir a tudo e a todos por onde passasse. Como seria bom ver as alminhas das criancinhas subindo aos céus como avezinhas depois de estraçalhadas pelas balas e granadas. Aaarrre… Que raiva! … Da próxima vez, municiar-me-a-rei como manda o manual nazista.

— Tem nada não, sua besta-fera! Profissionais competentes lutarão para trazer de volta a ovelha desgarrada e julgarão seus atos imundos. Porém, seus ascendentes demoníacos estão te esperando no Sétimo Círculo do Inferno – Vale do Rio Flegetonte – para, segundo La Parola, mergulhar sua alma num rio de sangue e assim que botares a cabeça para fora receberás flechadas dos Centauros e do Minotauro de Creta e de novo enfiarás a cara no rio pastoso e de novo a botarás para fora e de novo mais flechadas e de novo… até o fim dos tempos.

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Alcivando Lima - Opinião Leitor

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