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Especial com Alcivando Lima – HOMENS BRONCOS

“Tirando a mulher, o resto é paisagem”. Dante Milano – (poeta brasileiro – 1899/1991).

 

 

Passei um bocado de dias recebendo mensagens. Algumas moderadas e muitas de machões muito brabos comigo.

Perguntei-lhes o que os incitou a tamanha ojeriza e a resposta foi curta e grossa: Com zoeira de trovoadas, vociferaram que me tornei um tremendo puxa-saco das mulheres, esquecendo que eles, os brabos, são os verdadeiros guardiães das mulheres e sem eles elas ficaram à mercê de raptores e daí arredondarem-se em escravas sexuais de qualquer republiqueta de um dos seis continentes terráqueos: América, Europa, Ásia, África, Oceania e Antártida. “Daremos um tempo pra tu cessar com essas frescuragens, tomar baldes de chá de camomila e atentar para um conhecidíssimo adágio: Respeito e caldo de galinha sempre fizeram bem e conserva os dentes no lugar, certo?” — Sentenciaram.

É mister esclarecer aos sensíveis caras de macaco, que sou descendente de nordestino que carrega na matula paçoca de pilão e rapadura para enfrentar a crueza da caatinga ao campear boi fujão e que não tem dia pra voltar e só volta com o bicho ajoujado na chincha.

Voltemos, pois, ao bom combate contra a opressão das mulheres do planeta terra e vizinhanças, onde, sob o comando do talibã, estão a sofrer coerções só aplicadas a escravos (o que açulou minha indignação). Aviltadas, não podem estudar e nem fazer nada sem a autorização do marido. Seu direito é não ter nenhum direito e uma desobediência resulta em dezenas de chibatadas ou impiedoso apedrejamento no meio da rua.

Um glorioso pavão tende, por natureza, mostrar todo o esplendor de suas cores e o rouxinol sua sonoridade encantadora. Uma linda mulher tende a se mostrar. Proibi-la de expor a expressão enigmática de seus olhos, a angulosidade do seu rosto, a sensualidade da sua boca ou de uma brisa balouçar seus cabelos, é impedir do Lírio da Paz mostrar a delicadeza das suas flores, de o galo cantar na madrugada. A ruindade dos homens, com seus corpos rudes, as tratam tão somente como suas parideiras, ou gado caprino ou bestas de carga. Não se esqueçam, espíritos de porco, que elas são poetisas, cientistas, a sublime criação divina, mães, filhas, irmãs e que apreciam a lindeza do branco algodão das nuvens num lindíssimo céu azul.

Como soa bem a distinção do som do salto dos sapatos femininos em contraposição aos grosseiros coturnos dos cangaceiros de hoje. Como é belo apreciar a radiosa beleza da mulher a mostrar a exuberância feminina. Não será inútil explicar que o ser humano (homem, mulher) são livres para serem o que quiserem.

O mundo (já está) com saudade da estadista Ângela Merkel que, sem mostrar revólver ou fuzil, governou com inteligência, bonomia e tornou-se a maior liderança da Europa nos últimos dezesseis anos. Uma estadista se colocará no lugar duma humilhada e protegerá matas, rios e não permitirá que o processo econômico do planeta interfira na qualidade de vida de um só cidadão e cidadã, vetando qualquer religião que proíba o livre pensamento, como os pássaros que abrem suas asas e voam.

E a continuar com essa moda feia, já já o capeta espetará os homens broncos  que espancam suas mulheres e sentiremos o nauseabundo cheiro de queimado das suas barbas, enquanto elas mostram caras, corpos e lindos cabelos, festejando primaveras e liberdade plena.

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Alcivando Lima - Opinião Leitor

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