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Aumento de 60%: Mais Bares e Restaurantes Apresentam Prejuízos em Janeiro

O cenário desafiador, especialmente visível em áreas com menor afluência turística, resultou em um aumento significativo no número de empresas do ramo de bares e restaurantes no Brasil reportando prejuízos em janeiro deste ano. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 29% dos empreendimentos enfrentaram dificuldades financeiras, marcando um aumento de 60% em relação aos 18% que registraram prejuízos em dezembro de 2023.

“A situação em janeiro foi bastante difícil”, afirmou o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, em entrevista à Agência Brasil nesta quinta-feira (7). “Estávamos vendo uma melhora gradual. Em dezembro, o setor tinha alcançado seu melhor desempenho do ano, o que nos trouxe otimismo. No entanto, janeiro nos surpreendeu com desafios significativos.” Segundo a pesquisa, 59% dos estabelecimentos do país experimentaram uma queda no faturamento em janeiro, em comparação com o mês anterior. Esse declínio na receita contribuiu para o desempenho desfavorável. Nas regiões não turísticas, houve uma queda de 10% no faturamento.

Solmucci explicou que janeiro apresenta particularidades distintas. Enquanto em áreas turísticas como o Rio de Janeiro, Santa Catarina e o litoral do Nordeste o mês foi positivo, em outras localidades como São Paulo e o Distrito Federal houve uma diminuição no movimento. “O Brasil apresenta grandes variações em janeiro, mais do que o habitual”, acrescentou. No primeiro mês deste ano, houve uma queda significativa na proporção de estabelecimentos que relataram lucro, passando de 48% em dezembro para 34% em janeiro.

Além das questões sazonais, Solmucci destacou que janeiro foi impactado pelas chuvas, que levaram muitas pessoas a permanecerem em casa, com algumas cidades enfrentando inundações, inclusive grandes centros urbanos. “Janeiro foi um mês desafiador. Não foi positivo”, enfatizou.

Para lidar com esses desafios, a Abrasel encomendou um estudo à Fundação Getulio Vargas visando a recuperação do setor de bares e restaurantes, incluindo o impacto da reforma tributária. Solmucci espera que, dentro de seis a oito meses, um plano abrangente de recuperação possa ser desenvolvido e implementado em coordenação com o governo federal e outras partes interessadas.

“Queremos propor um plano que não se limite ao âmbito do poder público, mas que envolva agências de fomento como o Sebrae e o Senac, além de contar com o apoio de grandes empresas privadas”, explicou. Empresas como Coca-Cola e Ambev já manifestaram interesse em apoiar o projeto, inclusive financiando estudos.

Diante da situação financeira precária do setor, com 43% das empresas enfrentando atrasos nos pagamentos, Solmucci enfatizou a necessidade de uma abordagem abrangente para evitar uma onda de falências e perda de empregos. “Precisamos de um pacto nacional para a recuperação do setor”, concluiu.

No que diz respeito ao carnaval, a pesquisa revelou que, em fevereiro, a celebração ajudou a compensar parte dos prejuízos sofridos pelo setor, com 76% dos estabelecimentos permanecendo abertos durante o período festivo. Cerca de 40% dos participantes relataram um aumento no faturamento em comparação com o carnaval do ano anterior, enquanto outros 15% mantiveram o desempenho semelhante e 39% registraram queda, com 6% dos estabelecimentos sendo novos empreendimentos.

Outro desafio mencionado na pesquisa é a dificuldade em ajustar os preços dos cardápios, com 40% dos estabelecimentos incapazes de aumentar os preços nos últimos 12 meses e apenas 9% conseguindo superar a inflação.

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