Por Gil Campos: Goiânia, 12 de dezembro de 2024 – O comércio varejista brasileiro apresentou crescimento de 0,4% no volume de vendas em outubro, em relação ao mês anterior, conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o segundo mês consecutivo de avanço, após a alta de 0,6% em setembro.
O desempenho também foi positivo na comparação anual, com aumento de 6,5% em relação a outubro de 2023, configurando o 17º resultado positivo seguido. No acumulado do ano, o crescimento alcançou 5%, enquanto nos últimos 12 meses, o setor avançou 4,4%.
Desempenho por setor
Seis das oito categorias analisadas apresentaram alta em outubro:
- Móveis e eletrodomésticos: crescimento expressivo de 7,5%, refletindo uma recuperação após dois meses de queda.
- Equipamentos de escritório, informática e comunicação: alta de 2,7%.
- Tecidos, vestuário e calçados: avanço de 1,7%.
- Combustíveis e lubrificantes: crescimento de 1,3%.
- Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: ligeiro aumento de 0,3%.
- Livros, jornais, revistas e papelaria: alta de 0,3%.
No entanto, dois segmentos apresentaram queda no período:
- Artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria: retração de -1,1%.
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: recuo de -1,5%.
“O segmento de móveis e eletrodomésticos liderou o desempenho do mês, indicando uma recuperação após quedas consecutivas, mas continua sendo o setor mais volátil do varejo”, explicou Cristiano Santos, pesquisador do IBGE.
Varejo ampliado e receita nominal
O varejo ampliado, que inclui as vendas de materiais de construção e automóveis, teve crescimento de 0,9% em outubro, impulsionado principalmente pelo setor de veículos e peças, que registrou alta de 8,1%. Já os materiais de construção tiveram um avanço mais tímido, de 0,7%.
Os dados também foram positivos em outras bases de comparação para o varejo ampliado:
- 8,8% em relação a outubro de 2023;
- 4,9% no acumulado do ano;
- 4,3% nos últimos 12 meses.
A receita nominal também manteve o ritmo de crescimento:
- 0,9% em relação a setembro;
- 11,9% na comparação anual;
- 8,8% no acumulado de 2024;
- 8% nos últimos 12 meses.
Para o varejo ampliado, os números foram ainda mais robustos: 1,4% de alta em outubro e 13,5% em relação ao mesmo mês de 2023.
Análise crítica
Os dados demonstram uma resiliência no consumo, impulsionada pela melhora em setores estratégicos como móveis e veículos. No entanto, a volatilidade em segmentos específicos e as quedas em artigos farmacêuticos e perfumaria sugerem desafios em atender plenamente à demanda. Para sustentar o crescimento, será crucial equilibrar os esforços entre recuperação econômica e estímulo ao consumo.