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Jornal Opinião Goiás – Arrecadação, PIB em alta e resgate dos níveis de confiança comprovam recuperação da economia, aponta SPE

Análise da Secretaria de Política Econômica indica retorno em “V” da atividade e do emprego

O cenário de recuperação da atividade no Brasil é sólido e envolve uma série de indicadores positivos, comprovando a recuperação em “V” após os impactos iniciais da chegada da pandemia da Covid-19 ao Brasil, no ano passado. É o que aponta a análise Conjuntura Macroeconômica e Arrecadação Bruta de Tributos Federais da Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Economia, apresentada durante coletiva de imprensa para a divulgação dos dados de arrecadação de tributos federais administrados pela Receita Federal nesta quarta-feira (21/7).

O mais recente indicador positivo é o resultado da arrecadação federal em junho. O valor total das receitas federais arrecadado no período alcançou R$ 137,169 bilhões, o que representa crescimento real – valores corrigidos pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 46,77% ante junho do ano passado.

 “As políticas de enfrentamento à crise gerada pela pandemia do novo coronavírus surtiram efeito”, apontou o subsecretário de Política Fiscal da SPE, Erik Figueiredo. A SPE acrescenta que o bom resultado da arrecadação é apenas um dos vários indicadores que comprovam a recuperação da economia. Figueiredo apontou também a recente revisão da estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de 3,5% para 5,3%. Citou, ainda, a retomada ampla dos níveis de confiança pelo setor produtivo e pelos consumidores.

No acumulado do primeiro semestre, a arrecadação alcançou R$ 844,935 bilhões, o que representa alta real de 24,63% em comparação aos R$ 637,217 bilhões dos primeiros seis meses de 2020. “É um crescimento de mais de R$ 200 bilhões em relação ao primeiro semestre do ano passado”, disse o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes, na coletiva, ao reforçar que esses números traduzem a força da recuperação da economia nacional.

A entrevista contou com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, que destacou a nítida curva de recuperação em “V” do país e explicou que o nível de arrecadação está diretamente associado ao comportamento positivo do PIB. “O Brasil está em uma vigorosa retomada do crescimento econômico”, afirmou o ministro, acrescentando que o “script” deste ano já está definido: “Saúde, emprego e renda para todos nós”.

Indicadores

A análise da SPE reforça a importância da revisão da estimativa de crescimento do PIB, de 3,5% para 5,3%, projeção incorporada à Grade de Parâmetros, dentro do Panorama Macroeconômico de julho da SPE, divulgado no último dia 14/7.

Na ocasião, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, destacou que, apesar de uma queda expressiva do PIB no ano passado, o Brasil praticamente já retornou à trajetória pré-crise. Sachsida apontou que esses bons resultados refletem uma política econômica muito bem embasada na consolidação fiscal e em reformas para o aumento da produtividade.

O documento da SPE demonstra também que o ritmo de recuperação dos níveis de atividade foi muito mais acelerado e vigoroso desta vez do que em crises passadas, como nas recessões de 1980-1983, 1995 e 2014-2016. O subsecretário de Política Fiscal lembrou que em março de 2021 o PIB brasileiro estava apenas 2% abaixo da tendência natural de crescimento, em comparação ao cenário projetado antes da crise gerada pela pandemia. Nas crises anteriores, as retrações foram bem mais fortes, em especial após a recessão de 2014-2016.

Confiança

A SPE destaca ainda que na passagem de maio para junho, os indicadores de confiança da Fundação Getúlio Vargas (FGV) confirmaram tendência de recuperação. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 5,7 pontos em junho, para 93,8 pontos – a terceira alta consecutiva no ano, registrando o maior valor desde fevereiro de 2020. O Índice de Confiança do Comércio (Icom) teve elevação de 2 pontos em junho, ao passar de 93,9 para 95,9 pontos, nível mais elevado desde setembro de 2020 (99,6 pontos). O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 3,4 pontos em junho para 107,6 pontos, maior valor registrado desde fevereiro (107,9 pontos). Já o Índice de Confiança da Construção (ICST) registrou alta de 5,2 pontos em junho, para 92,4 pontos, atingindo a segunda alta consecutiva. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV Instituto Brasileiro de Economia (IIbre) subiu 4,7 pontos em junho, para 80,9 pontos, maior valor desde novembro de 2020 (81,7 pontos). “Temos uma recuperação muito forte, muito expressiva”, disse Erik Figueiredo.

O desempenho do mercado de trabalho é outro ponto de destaque entre os indicadores que comprovam a retomada econômica, segundo aponta a SPE. Em maio, houve geração de 280,7 mil postos de trabalho com carteira assinada, conforme apontaram dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). A Secretaria de Política Econômica ressalta que houve avanços disseminados entre os diversos segmentos produtivos: o setor de serviços criou 111 mil postos; o comércio gerou 60,5 mil empregos; a indústria ofereceu 44 mil novos postos formais; a agropecuária criou 42,5 mil e a construção gerou 22,6 mil vagas no mês. No acumulado do ano, o país atingiu 1.233.372 novos postos formais.

A SPE ressalta também que as projeções de mercado sobre a arrecadação federal – apuradas por meio do Prisma Fiscal – continuam a indicar expectativas bastante positivas de retomada da atividade econômica. O Prisma Fiscal é um sistema de coleta de expectativas de mercado elaborado pela SPE para acompanhar a evolução das principais variáveis fiscais brasileiras, a partir da percepção de agentes de mercado. Nesse sistema, verificou-se que, pelo 11º mês consecutivo, a arrecadação total ficou acima do esperado pelo setor privado.

Erik Figueiredo enfatizou que o mercado vem subestimando a capacidade de arrecadação do governo, mas que o ritmo de recuperação econômica está frustrando as expectativas pessimistas. “É clara a recuperação e temos de atribuir esse desempenho às medidas adotadas pelo governo para combater a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus”, disse. A SPE alerta, entretanto, que é natural haver erros de previsão pelo mercado, diante da dificuldade de realizar projeções em um cenário com tantas adversidades, impostas pela Covid-19.

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