Governo destina R$ 450 milhões à compra de terras para Reforma Agrária até o fim de 2024

Goiânia, 16 de outubro de 2024 – O Governo Federal anunciou que irá destinar R$ 450 milhões até o final deste ano para a compra de terras destinadas à Reforma Agrária, uma demanda de longa data do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Após anos de críticas ao governo, o MST vê nesta iniciativa uma oportunidade para expandir seus assentamentos e avançar com sua agenda.

De acordo com o ministro Paulo Teixeira, R$ 200 milhões desse montante já foram utilizados, e o restante será liberado em breve. Esse recurso faz parte do programa “Terra da Gente“, lançado pelo presidente Lula para tentar conter invasões de propriedades privadas, ao criar uma “prateleira de terras” para atender a demanda do MST e de outros movimentos sociais.

O governo estabeleceu a ambiciosa meta de assentar 73 mil famílias até o final deste ano. Entretanto, essa medida está gerando debates acalorados entre os defensores da Reforma Agrária e aqueles que acreditam que os recursos poderiam ser melhor aplicados em outras áreas, principalmente em um momento de crise econômica.


Análise crítica

A destinação de R$ 450 milhões para a compra de terras suscita questões cruciais sobre as prioridades do governo, especialmente quando o Brasil enfrenta dificuldades fiscais e busca ajustar as contas públicas. O programa “Terra da Gente”, embora vise reduzir as tensões sociais geradas pelas ocupações de terras, corre o risco de se tornar um instrumento de poder para o MST, que, por muito tempo, criticou a ineficiência do Estado em resolver as questões agrárias.

Por outro lado, a proposta busca avançar uma política agrária estruturada, diminuindo as invasões e criando condições para a regularização fundiária. A crítica principal está no fato de que, em um momento de crise econômica, destinar tal quantia ao MST pode ser visto como um investimento controverso, especialmente considerando a necessidade de priorizar setores como educação, saúde e infraestrutura.

O impacto a longo prazo da medida dependerá do uso eficiente das terras adquiridas e da capacidade de gestão dos assentamentos. A questão que permanece é: o governo conseguirá equilibrar as pressões de diversos setores e aplicar de forma responsável os recursos públicos?

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# Gil Campos

Gil Campos, publicitário, jornalista e CEO do Grupo Ideia Goiás e Jornais Associados, é o fundador dos veículos Folha de Goiás, Opinião Goiás e Folha do Estado de Goiás. Com uma visão inovadora e estratégica, ele transforma o jornalismo em Goiás, oferecendo notícias de qualidade, análises profundas e cobertura dos principais fatos no Brasil e no mundo. Fale com Gil Campos: 📱 WhatsApp: (62) 99822-8647 📧 E-mail: [email protected] | [email protected] | [email protected]

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