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Especial com Alcivando Lima – SENHOR DEUS VIVO, ACUDA AS MULHERES AFEGÃS

“Que nada nos limite. Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância”. Simone de Beauvoir – (escritora, filósofa e feminista francesa – 1908/1986).

Para evitar úlceras, pouco vejo TV que, à cata de audiência, vive a mostrar caudalosos rios de miséria, inenarráveis dores de pais enterrando filhos, hospitais com doentes esparramados em macas, esfaqueamento de mulheres, latrocínios à luz do dia, terminais do transporte coletivo com os passageiros se espremendo sem máscaras e a pandemia, tranquilamente espargindo seu veneno pestilento e guerras, intermináveis guerras espalhadas pelo mundo.

A literatura de Rachel de Queiroz ou o canto mavioso de Edith Piaf, dentre muitas, acorrem em meu socorro e me aprazem com suas maravilhosas obras e me viajo por seus mundos mágicos.

Abrindo uma nesguinha de nada, um pssst-pssst da guarda e a telinha escancara horrores com homens aniquilando a mulher afegã e esta é esboroada por ter mais neurônios e vem superando todas as barreiras impostas pelo machismo, sobressaindo-se nas áreas científicas, literárias, musicais “… e se mais mundo houvera, lá chegara …” (exorta Luiz de Camões), além de proporcionar o supremo prazer da união entre dois corpos é o timoneiro que leva o navio (o lar) e seus tripulantes (filhos e marido) ao porto seguro e a paga recebida dos seus broncos e sebosos homens, é a proibição de estudar, de trabalhar e as apedrejam até a morte caso manifeste que o nauseante bodum daquele mulo se assemelha à tábua de chiqueiro.

Assedentado fui célere à internet e lá achei o professor de geografia e atualidades, Daniel Simões, explicando que na língua pashtun, Talibã significa estudante e este interpreta o Alcorão de um jeito peculiar, atrelado a interesses políticos e torna-se um fundamentalista radical da Sharia, (lei islâmica onde as mulheres só podem sair de casa vestindo a burca e acompanhada).

Música, filmes e outras manifestações culturais nem pensar. A biblioteca de Cabul, (capital de um país riquíssimo em minério, maior exportador de ópio do mundo e enorme potencial de gás e petróleo) foi incendiada em total intolerância à cultura e Buda teve suas estátuas do século V bombardeadas e quem fosse pego consumindo cultura ocidental era, é e será açoitado, amputado ou executado em público.

Jornalistas, advogadas, médicas e demais cientistas mulheres sumirão do mapa por determinação dos brucutus que detém o poder e sentenciaram que o único direito da mulher afegã, além de parir, é ter o direito de não ter nenhum direito. Quantos cérebros brilhantes, quanta beleza interior, quanta beleza física estarão, doravante, no corredor da morte à espera da degola?

Tremelicando o mundo entra no Inferno de Dante ao ver criancinhas erguidas pelos bracinhos ao som do ratatatá das metralhadoras pipocando gente. Coisa diabólica, confusa. Lembra asinhas de frango levadas ao fogo.

 O escritor inglês Aldous Huxley sabiamente disse: E se este mundo for o inferno de outro planeta? Diante disso, conclui-se que o regime é composto por seres que, olhados sob todos os ângulos não se vislumbra traços de humanidade. Demonstra uma força beócia, um olhar de lobisomem, num constante esgar de quem tem ameba como cérebro que está sendo comido por outra ameba, por ora desconhecida da ciência.

Choramos aos céus por estas filhas afegãs expostas a males ancestrais, onde a treva desposa a luz e tira dos seres (mulheres) inteligentes o ar, a terra, a razão e os deixam ao desamparo do mundo dito civilizado que, para impedir invasão, ergue cercas que chovem balas em seu limites.

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Alcivando Lima - Opinião Leitor

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