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Especial com Alcivando Lima – PROMESSAS

“Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”. Eça de Queirós – escritor e diplomata português

— Tu ta percebendo que escolher a quem eleger para o executivo e legislativo tem parecença com aqueles filmes de ficção?

— Percebi! É uma dissimulada ficção. Candidatas de porte elegante umas, outras um tanto espantadas prorrompem como se fossem protagonistas de vários reclames de ungüentos rejuvenescedores e, sonhando um sonho de uma noite de verão, tornam-se lolitas de pele acetinada. Vamos aos homens! A maioria não votaria em si próprio nem que a vaca fosse pro brejo, mas se apresentam gentis e a sorrir numa alegria postiça, como mariposas avoejando ao redor da cobiça pecuniária, da benesse, duma prebenda qualquer para ressarcir a tortura de ter sido candidato, candidato blasonador que dispensa saber que nasceu torto e é casca grossa como a árvore do cerrado, com a diferença que o cerrado produz maravilhas como o pau-terra, a aroeira, o angico, o bálsamo, o araticum e centenas de outras.

— Isso mesmo. Sabem que do que estamos falando! Prazem-lhes impressionar o cérebro impressionável dos eleitores e o fazem com ares deíficos. Prometem que do fundamental ao superior o ensino será de primeira; no transporte coletivo ninguém em pé, com acomodações tão aconchegantes que o cabra nem vai querer apear, aperreado por largar o conforto do ar condicionado e a maciez dos assentos.

Saúde? Vixe, da até vontade de ficar doente pra usufruir tanta coisa boa. Sob essa cúpula de céu azul ouvi, moderadamente, algo sobre os velhos pobres e desamparados, lhufas sobre captação, purgação e distribuição de água e nenhum comentário referente à coleta e tratamento esgoto. E o covid, escafedeu-se?

Empregos? Ninguém ficará sem trabalho nas indústrias, comércio e prestadoras de serviços. Como flores na primavera, imensos avanços civilizatórios vicejarão.

Lazer? Uma ou outra esbarradela. Se permitirem, sugiro despoluir o rio Meia Ponte e todo o manancial hídrico de Goiânia e façam lagos, muitos lagos e muitos parques planejados. Se educarmos nossas crianças, elas não poluirão e nem deixarão poluir a terra, a água e o ar.  A natureza, sublimada, retrucará sorrindo.

Segurança? Prometem que será tão rigorosa que bandido de qualquer qualidade se sentirá na obrigação de sumir de Goiânia se não quiser comer capim pela raiz. Aliás vou, de novo, propor para os candidatos tacar fogo, via forno crematório, nos estupradores, feminicidas, pedófilos, parricidas, matricidas, filicidas, latrocidas, infanticidas, genocidas, lesa-pátria e demais criminosos irrecuperáveis que morreram no cumprimento da prisão perpétua a que foram condenados. Economiza-se espaço e não polui o solo com essa categoria maléfica. As cinzas irão para uma compostagem donde sairão para adubar a terra que salpicaram com o sangue de suas vítimas.

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Alcivando Lima - Opinião Leitor

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