Especial com Alcivando Lima – HABEMUS PLAGA (*)
“A tragédia da vida é que ficamos velhos cedo demais. E sábios, tarde demais.” Benjamin Franklin – jornalista, cientista, inventor e filantropo norte americano.
Segundo a revista Super Interessante, os seres vivos surgiram no planeta na forma de bactéria rudimentar há cerca de 3,5 bilhões de anos e vem se multiplicando num processo de rosca sem fim. A antropóloga inglesa Mary Leakey, afirma que os primórdios do homem sobrechegaram no sudeste da África com a descoberta de vestígios de três espécimes do antepassado do homem: o Australopithecus. 350.000 anos atrás, segundo o site Wikipédia, agora já no leste da mesma África, apareceu o Homo Sapiens que só adquiriu alguma modernidade há pouco mais de 50.000 anos.
Pois bem! Se considerarmos eras geológicas, veremos que os vírus estão espalhados no mundo desde os primevos tempos e o ser humano tão somente um tiquinho disso tudo. Todos nós, desde aqueles que nasceram há pouco e aqueles que estão na idade (desculpem o palavrão) provecta e que passam a noite insone, não sentimos e não vemos esses vírus e a natureza segue com seu o magnetismo dos alvoreceres com a passarada em algazarra, com a amplitude silente do vapor da terra se entremeando na ramagem das árvores e nos lagos donde o sol faiscante forma uns prismas retorcidos e os jasmineiros exalam seu inebriante aroma em contraste com o monóxido de carbono e da azáfama, confusão e burburinho das grandes cidades que, quais oceanos, vivem entupidas de gente esbarrando umas nas outras, construindo ambientes propícios para a disseminação de vírus disso e daquilo.
Então, há 3,5 bilhões de anos temos vírus às pamparras, que são seres amorfos e desprovidos de células, mas que matam o homem sem massacrar a flora e a fauna e tão somente 3,0 milhões de anos com bilhões de seres humanos que raciocina, sorri e monta exércitos de homens e mulheres e arma-os, na terra, mar e ar com as mais sofisticadas máquinas de matar, de explodir e de pulverizar tudo à sua frente como vemos amiúde acontecer e tudo isto me trouxe a lembrança do condoreiro Castro Alves e, sorrateiramente, surrupiei uma estrofe do seu Negreiro Navio:
“……………………………………………………………………………………………………………………………………………..
Desce do espaço imenso ó águia do oceano! Desce mais… inda mais… não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador! Mas que vejo eu aí… Que quadro d’amarguras!
É canto funeral!… Que tétricas figuras!… Que cena infame e vil… Meu Deus! Meu Deus! Que horror!”
(*) temos peste