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Especial com Alcivando Lima – EI, PSIU, NÃO SE ESQUEÇAM DAQUELES QUE CONSEGUIRAM A EMANCIPAÇÃO DE APARECIDA DE GOIÂNIA EM 1963

“Melhor é errar por tentar do que errar por omitir”. Augusto Cury – (psiquiatra,professor e escritor brasileiro).

— Rapaz, que bacana foi a festa dos cem anos de Aparecida de Goiânia. Talentosos artistas e cantores deram o ar da graça nas terras aparecidenses e o povo, em suas vestes coloridas, aclamou, ovacionou e degustou os cem metros de bolo (um metro para cada ano), além de rodeios, gincanas, desfiles e tudo a quem tem direito para comemorar o centenário da segunda maior cidade de Goiás.

— Foi bacana mesmo! A mídia, com a competência dos grandes diretores de filmes soberbos, produziu lindos efeitos mostrando a pujança do comércio, das indústrias, dos serviços, de milhares de vidas num frêmito interminável, do vai-vem de carros, o burburinho de gentes demonstrando muita alegria por ter nascido ou aportado em Aparecida de Goiânia. Um deles, Gustavo Mendanha, jovem e arrojado ex-chefe do executivo, agradecia ao povo, em gestos e falas eloqüentes, uma confiança que o credenciou a traçar plano de vôo, (sem escalas), rumo ao Palácio das Esmeraldas. Todavia, ninguém citou, mesmo por alto que, sem a mobilização aguerrida de ilustres cidadãos e cidadãs, (muitos ainda vivos) Aparecida seria tão somente um populoso bairro de Goiânia. Omissão houve e creio que não foi proposital. As lacunas constatadas deixam um oco na história da então Aparecidinha de 1922, depois Goialândia (por estar entre Goiânia e Hidrolândia, (antiga Grimpas) e só nos anos sessenta sagrou-se município pela Lei Estadual 4.927 de 14 de novembro de 1963, resultado da concentração de esforços das lideranças autênticas de Aparecida (Tanner e Freud de Melo, Antonio e Francisco Elias de Deus, Benedito Batista de Toledo, Licídio de Oliveira, Elmar Arantes Cabral (estes últimos prefeitos eleitos) José Barroso (ex-combatente na segunda guerra mundial, nomeado prefeito pela revolução de 64) Gentil Goiano Brasil e Alfredo Alves Garcia (estes sub-prefeitos nomeados) juntamente com Itagiba Laureano Dorneles, Olímpio Alves de Oliveira, Manoel Xavier, Jarbas Batista do Nascimento, Getúlia Mariana de Almeida, os irmãos Luiz e Zequinha Batista e mais outro tanto de entusiastas que imaginaram um paraíso para empreendedores e um lugar de moradia aprazível para muitos que só não está melhor por falta de dezenas de lagos esparramados por todo o município, vislumbre e luta de Freud de Melo (há mais de quarenta anos) para implementar, com essas águas, um equilíbrio na natureza e um deleite para os humanos que hoje estariam ouvindo, além de buzinadas e bruscas freadas, o arensar dos cisnes, o gazeio das garças e recitar/cantar o magnífico Hino Oficial de Aparecida (Lei de 1983) dos poetas/cantadores Delcides Alves Fortes e Everson Borges da Silva.Deleite-se com um pedacinho do hino: “Aparecida é uma cidade sem igual/O seu progresso acompanha a capital/Com suas indústrias e produtos minerais/Todos trabalham num futuro sorridente/Impregnando todas as classes sociais

— Admito que admirado estou, pois tu és meio casmurro e não costuma esquadrinhar a história  para certificar os fatos, ficando muito no oba-oba atual. Como sabes disto?

— Recorri-me a um magnífico e esclarecedor livro de título: “Aparecida de Goiânia – Do Zero ao Infinito” escrito por Freud de Melo (seu ex-prefeito) que, numa prosa inteligível narra a história de Aparecida (com fac-símile dos documentos) discorrendo a odisséia, as vicissitudes pelas quais passara ao ser escolhido (seu profundo conhecimento nas lides cartorárias o credenciara) o organizador dos documentos para se obter a emancipação de Aparecida, traduzida num embate de marchas e contramarchas com os deputados de então, escorrer baldes de frios suores ao pensar num possível frio e seco “não” de Pedro Ludovico e combater o desânimo dalguns negacionistas que preferiam acreditar na existência da mula sem cabeça do que na emancipação das terras doadas em 1922 pelos pioneiros José Cândido de Queirós, Abrahão Lourenço de Carvalho, Antonio Barbosa Sandoval para, finalmente, em 1963, aprazer-se com o título de município e o gentio aparecidense. Hoje a alterosa e augusta cidade aparecidense é, de fato, centenária e, de direito, cinqüentenária, o que enseja comemoração e reverência aos seus incontestáveis emancipadores a cada 14 de novembro. Ignorá-los configura omissão de fatos históricos.

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Alcivando Lima - Opinião Leitor

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