O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já retomou suas atividades normais de coleta de preços no Rio Grande do Sul. Esse processo é fundamental para calcular taxas de inflação como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial do Brasil.
O pesquisador André Almeida, responsável pelo IPCA, informou que a normalização ocorreu na segunda quinzena de junho. A coleta de preços é realizada tanto presencialmente quanto remotamente, abrangendo as principais regiões metropolitanas e capitais do país, incluindo Porto Alegre.
A maior parte dos preços (80% a 85%) é coletada através de visitas presenciais aos estabelecimentos, enquanto a coleta remota (internet ou telefone) representa 15% a 20% da amostra. As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no final de abril forçaram o IBGE a reduzir as coletas presenciais. “Em maio, intensificamos a coleta remota devido à calamidade. Na região metropolitana de Porto Alegre, a coleta remota chegou a 65%”, explicou Almeida.
No início de junho, a coleta remota voltou a ser reduzida, situando-se em torno de 30%, e na segunda quinzena do mês, caiu para 20%, percentual considerado normal. Além de normalizar a coleta, Porto Alegre apresentou uma deflação de -0,14% em junho, a menor entre as 16 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. No mês, o IPCA registrou uma inflação média de 0,21%.
Em maio, a região metropolitana de Porto Alegre teve a maior inflação entre as áreas pesquisadas, com 0,87%, quase o dobro da média nacional do IPCA (0,46%). Os alimentos, que aumentaram 2,63% em maio, tiveram uma queda de 0,52% em junho. “Embora os preços ainda estejam mais altos do que antes da calamidade, houve uma leve redução”, afirmou Almeida.
