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Jornal Opinião Goiás – Representante da OMS no Brasil explica classificação de pandemia para o coronavírus

Desde a semana passada, quando casos de contaminação do novo coronavírus foram confirmados em todos os continentes, o Ministério da Saúde pede que a situação seja tratada como uma pandemia. Ou seja, uma epidemia em escala global. Só quem pode aumentar a escala de alerta de emergência mundial para pandemia é a OMS, Organização Mundial da Saúde.

A reportagem conversou sobre esse assunto e a situação atual do novo coronavírus com a representante da OMS no Brasil, Socorro Gross. Ela começou explicando que, para declarar pandemia, é preciso haver um entendimento entre os especialistas da entidade.

Sonora: “A pandemia somente é declarada pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, doutor Tedros, quando o comitê de especialistas submete à consideração e recomenda que os fatos são suficientes para declarar uma pandemia. E isso é circulação sustentada em todas as regiões da Organização Mundial da Saúde. Agora, não estamos em alerta máximo.”

A circulação sustentada do vírus é quando uma pessoa transmite para outras dentro de um mesmo país. Socorro Gross reforçou que esse é um dos critérios para a declaração de uma pandemia.

Sonora: “Muda a definição de caso. A primeira definição de caso estava relacionada a pessoas que haviam viajado para a China. Depois, a definição de caso mudou para países que têm uma circulação sustentada e que estão exportando casos para outros países. Então, vai aumentando o número de países. Quando você tem um número de países que já é muito grande e tem circulação sustentada, já não vai contar o número de países. Você muda a definição de caso, mas o mais importante está feito, que é como você responde, como você protege a população.”

Na última sexta-feira, um grupo de pesquisadores brasileiros fez o primeiro sequenciamento genético do coronavírus nas Américas. O trabalho foi realizado em apenas 48 horas, numa parceria do Instituto Adolfo Lutz com o Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e com a Universidade de Oxford, da Inglaterra.

A representante da Organização Mundial da Saúde no Brasil, Socorro Gross, destacou a importância da descoberta.

Sonora: “Isso é muito importante para nós, para a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas e para conhecer por onde o vírus esteve. Porque a sequenciação genética permite nos dizer se vem de um lado, se vem de outro, quantas mutações tem. É o primeiro na região que tem a sequenciação genética e isso é muito relevante. Agora, as ações que temos que tomar, que eu gostaria de ressaltar, é que as crianças tem que ser vacinadas. As crianças mais vulneráveis são aquelas que não têm seu quadro de vacinação completo.”

Socorro Gross também ressaltou a relevância das pesquisas desenvolvidas no Brasil para a OMS.

Sonora: “As pesquisas são muito importantes para nós e nós esperamos muitas pesquisas do Brasil. O Brasil tem capacidade de pesquisa e de resposta. E a vigilância em saúde no Brasil é para nós, como vocês dizem em português, “de ouro”. Tem um padrão de ouro. E isso para nós no Brasil é uma referência para ter mais informação para outros países. É uma coisa que está em movimento e o mais importante para a população neste momento é que não tenha pânico, porque está sendo feito tudo o que se pode fazer agora.”

De acordo com o boletim divulgado nesse domingo pela Organização Mundial da Saúde, o novo coronavírus já afeta 59 países e o nível de alerta global é alto. Até agora, pelo menos 2.977 pessoas morreram por complicações da doença causada pelo vírus, a covid-19. Os mais vulneráveis são os idosos e as pessoas com baixa imunidade.

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