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Especial com Alcivando Lima – TA RINDO DE QUÊ?

“O maior prazer do homem inteligente é bancar o idiota diante do idiota que quer bancar o inteligente”. Confúcio – (Pensador e filósofo Chinês – 551/479 a.C)

Advindo dessa providencial forma de comunicação (Whatsapp) recebemos, às vezes, uma assaz mensagem que evoca uma verdade que há muito queríamos ouvir, mas, por uma variada correria, debandamos para a comodidade de deixarmos pra lá e subimos ao sambódromo ou nos aboletamos no sofá para boquiabrirmos com a beleza da arte criativa desses admiráveis carnavalescos com seus mirabolantes e inacreditáveis carros alegóricos e suas lindíssimas mulheres com seus microscópicos tapa-sexo que bolinam com as veleidades dos homens e os deixam vesgos de tanto fixarem seus olhos concupiscentes na telinha e só não derramam quilos de baba por que as esposas, namoradas, etc. levantam vossos queixos a uma posição normal, isto é, “carinhosamente” fecham-lhes as bocas. Vez em quando se noticia um quebra-pau entre marido e mulher, cuja desavença se origina exatamente na hora em que a câmera foca naquele espetacular e inverossímil requebro de quadris e lentamente vai escalando para os volumosos seios e estes, puft, saltam das garras que os seguram e ficam a pulular como gelatina no alucinante ritmo da multicolorida bateria da escola de samba.

Milson do Laboratório, (em criança Nego Vei) campeoníssimo na arte da pesca lacustre e fluvial e também talentoso narrador de pitorescos causos antigos, leu e repassou para os amigos um artigo do grande Arnaldo Jabor em que ele, Arnaldo, diz não entender o fascínio que este fenômeno chamado Carnaval exerce sobre um povo sofrido, roubado, explorado, que, sem pudor e de cara cheia, explode numa alegria de quem se libertou de grilhões invisíveis. Homens, antes reservados e circunspectos, sem nenhum confrangimento se maquiam e se vestem grotescamente de mulher de assomados olhares lúbricos, rompendo barreiras pudicas até então represadas num rotundo e peludo corpo. E as mulheres? Estas, (muitas), se fadigam o ano inteiro em trabalhos degradantes, com precaríssimo acesso a assistência social e a tratamento médico pra si e filhos, mas surgem nas passarelas lindamente fantasiadas e se rebolam na avenida pra tudo acabar em toneladas de lixo na quarta-feira e já na quinta começam a preparar-se para o próximo carnaval. Quem está no poder adora mais ainda, porque o povão vai esquecer-se deles por alguns dias. Entretanto, salienta Arnaldo Jabor, enquanto o povo está olhando para o outro lado, os sacanas no comando continuam sugando cada gota de sangue e surrupiam cada centavo daquele e daquela que está rindo e subconscientemente está alegre.

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Alcivando Lima - Opinião Leitor

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